sábado, 8 de agosto de 2020

O Egoísmo Contagioso



Há muito não escrevia mas hoje decidi por em algumas linhas parte de alguns sentimentos.

 Estamos numa pandemia (não.. eu não vou dizer que você tem que lavar as mãos ou usar álcool à 70% ou até mesmo usar máscara, pois você já deve saber disso). Estou aqui para refletirmos um pouco sobre como nos comportamos nesse momento. 

Lembro do início da quarentena, onde muitos decidiram cooperar em não sair de casa sem necessidade, e se sair usar as medidas de prevenção; lembro das postagens nas redes sociais com hastag #fiqueemcasa... recordo-me que pareciam tão inspiradores os discursos e a preocupação era constante com os que contraíam a doença. 

Hoje chegamos a 100 mil mortos por covid-19 e parece que estamos mergulhados em nossas festas sempre com flashs nas redes sociais, estamos indo aos bares, aos shoppings e em tantos passeios como se nada estivesse acontecendo, como se 100 mil pessoas não importassem. O que houve com o isolamento social? Deixo claro que não me refiro aos trabalhadores, aos que vão às farmácias ou supermercados. Esta reflexão é sobre o egoísmo de não olhar a dor do próximo, não olhar  o luto alheio e de não se importar com ninguém mais além de si, como se fossemos imunes e isso nunca pudesse nos ocorrer. O contágio do egoísmo tem sido intenso, é como se todos simplesmente deixassem para lá. 

Não posso finalizar com uma advertência... quem sou eu? Posso finalizar com esperança de que as minorias se tornem maiorias, que os que  festejam tenham um pouco de respeito e se recuem, se deixem levar por uma generosidade que tem dentro de si. 

Não sabemos quando isso acabará mas temos que nos apoiar com empatia e cuidados diários. Temos que fazer nossa parte e não esquecer do próximo. 

quinta-feira, 21 de setembro de 2017

Dia da Árvore




Eu era criança e já havia comemorações do dia da árvore na escola. Muitas vezes plantávamos uma muda. Coloríamos uma árvore. A árvore sorria para nós. Era tudo tão lindo. Mas bastou eu ficar adulta, entrar no curso de Biologia e entender que nem tudo são flores. Nãoooo... literalmente as coisas não são fáceis. E quando se trata de preservar o meio ambiente, então, diga-se que fica mais difícil.

A árvore é o início de tudo. Quando a criança entende que tem que cultivar a árvore, ela certamente entenderá quando adulta que ela tem a missão de preservar a natureza, o meio em que vive. Mas, e quando essa criança cresce e torna-se o adulto que precisa empreender custe o que custar, e apaga da memória a preservação das árvores porque agora o que importa é faturar. E quando a criança cresce e apesar de saber que há formas sustentáveis de se desenvolver, prefere esquecer toda a alegria de chegar em casa com uma mudinha, ou com o desenho mais colorido da árvore.

Eu como Educadora Ambiental defendo que o que se aprende quando criança se leva na fase adulta. Eu penso que é muito melhor começar enquanto pequenino a preservar o meio ambiente, porque criança contagia, fala para a mãe, para o pai, o vizinho. O ruim é quando a criança cresce, e sabe do que aprendeu, e ainda assim decide esquecer. Quando crescemos as coisas mudam mesmo, mas algumas não deveriam mudar.

Que nesse 21 de Setembro, você possa lembrar seu lado criança e não degradar uma árvore, e não denegrir a imagem do planeta. Lembre-se que as gerações futuras dependem do que você faz hoje.

Continue criança, seja adulto nas responsabilidades, mas seja criança na vontade de sempre ajudar, de enxergar cores e entusiasmo na vida.


Feliz Dia da Árvore!! 


sábado, 2 de setembro de 2017

A Cidade - Jardim e o Ecourbanismo

Depois da primeira guerra mundial, o movimento de Cidades-Jardins gradativamente se tornou um movimento de idealização de novas cidades para a reconstrução na Inglaterra. Todavia, a política habitacional aprovada era de cunho imediatista e visava a edificação de um maior número de casas, sem qualquer visão abrangente. Apenas após a segunda guerra aprova-se um programa com grandes paridades ao plano de Howard, o “ New Towns Act ” de 1946.
Mesmo em meio ao sucesso de Lethworth, era fortemente incompreendida a ideia de cidade–jardim, pois facilmente era confundida com subúrbio – jardim, o que era justamente a tentativa de eliminação de Howard com suas propostas. Segundo Newton, 1971, nos EUA, foram reproduzidos exemplos ideais representativos e importantes baseados nos princípios de Howard, sendo diferente o fato de alvo: não eram industriais preocupados com seus funcionários, mas arquitetos que enfatizavam o desenho físico.
No ano de 1928 Clarence Stein, influenciado pelas ideias de Howard fez o plano de Radburn, com moradias e jardins individuais, ruas em cul de sac com isolamento de pedestres e veículos por meio dos superblocks. As estradas para o centro comunitário, a escola, e os playgrounds podem ser arranjados por pedestres e compostos por um sistema de avenidas interceptadas pelos parques, retumbando bem o conceito de relação de vizinhança. Ainda que tenham sido projetados, não tem indústrias e nem cinturão agrícola. Por isso, a partir dessa época, os subúrbios jardins expandem-se nos EUA de maneira unilateral, sem conteúdo social.
            Os vizinhos conviviam em integração, caso um percebesse algum movimento estranho na residência ao lado, se importavam em descobrir do que se tratava e chamar a polícia caso estivesse havendo um roubo, um protegia o outro.
Não obstante o efeito da memória de Ebenezer Howard e seu conceito de Cidade- Jardim estarem atenuados, a partir dos anos setenta, década da “Primeira Conferência das Nações Unidas sobre meio ambiente em Estocolmo (1972)”, iniciam-se alguns empreendimentos com preocupações ecológicas, motivados pelo movimento ambientalista. Segundo Andrade (2003) um exemplo a se destacar de um empreendimento que avigora a legitimidade e a atualidade das idéias de Howard, é o condomínio de Village Homes na cidade de Davis na Califórnia. Tal empreendimento, de visão de idealização urbana expandida, iniciou a sua edificação em 1973, em terras agrícolas adjacente a Universidade da Califórnia. A concepção foi projetada pelo arquiteto ambientalista Michael Corbett, cujo desenho urbano tem extensões atinadas, amplos cinturões verdes e agrícolas, vários usos da terra, como habitações, comércio, empresas de pequeno porte e uma rede de caminhos para pedestres e ciclovias que é integrado na rede da cidade.

 Era intenção dos arquitetos empreendedores de Village Homes promover uma sociedade exemplar de vizinhança, apontado para as questões ambientais como: custeamento de energia, coleta seletiva de lixo, aproveitamento da compostagem para hortas e pomares, reaproveitamento da água da chuva através dos canais de infiltração, produção de alimentos no local e redução do uso do automóvel.


quinta-feira, 31 de agosto de 2017

O Planejamento das Cidades - Jardins

Howard elaborou um pensamento utópico em relação ao planejamento das novas cidades. Conforme Andrade (2003), essa visão utópica deu-se em razão da expectativa de resolver os problemas de insalubridade, grande número da pobreza e poluição nas cidades. Dessa maneira ele propunha novos modelos de cidades interligadas com o campo. Cidade Linear, com linha férrea, sem praças, porém em contato com a natureza.
Nos bairros planejados, a preferência é a baixa densidade de ocupação, com larga arborização difundida por praças, arruamentos e jardins internos e distribuição ordenada dos serviços e transporte e circulação racional de veículos. Falava-se então na união dos benefícios da cidade e do campo (os três imãs).
Desta união, cita Andrade (2003), o intenso movimento da população das cidades congestionadas se daria naturalmente como um imã para uma cidade que fosse próxima da natureza e que emanaria riqueza, felicidade e tranquilidade. Howard pensava sua Cidade – Jardim como uma maneira de oferecer às pessoas mais liberdade, vivendo em comunidade.
No ano de 1903, a primeira “Cidade – Jardim Ltda” foi tratada como propriedade mista autorizada para vender ações em propósito de levantar capital necessário. Nenhuma cooperativa oficial foi formalizada e não foi esclarecido quando as posses das terras seriam transferidas para a comunidade. Só sessenta anos mais tarde, isto veio a ser consolidado.

O DESENHO DAS CIDADES – JARDINS

O movimento das Cidades – Jardins foi inspirado em experiências de comunidades planejadas para serem auto organizadas do século XIX, como por exemplo, empreendimentos de indústrias que estivessem preocupados com a condição de vida de seus empregados. O fato dos conjuntos habitacionais serem próximos às fábricas e implantados no campo poderia melhorar as condições de trabalho e provocar efeitos saudáveis sobre os trabalhadores, retornando assim tais benefícios para a própria indústria (Andrade, 2003).
Howard estudava as ideias de Cadbury e Lever, que no ano de 1902 se uniram a ele na Associação da Cidade – Jardim com a “Companhia Pioneira Limitada”, para a então futura construção da primeira Cidade – Jardim. Em 1903 a primeira cidade – jardim, Letchworth foi projetada com traçado simples, claro e informal, o que é divergente da tradição clássica renascentista, havendo um centro urbano e árvores de portes com edifícios municipais próximos a estação.
As habitações merecem destaques: eram para as várias camadas sociais compostas por blocos entre si, se recuavam do alinhamento do terreno, e apresentavam jardins fronteiriços. As ruas têm entrada auxiliar com “cul de sac” e passeios com gramas, arbustos e árvores que dão ininterrupção ao verde dos ambientes públicos. Além desses aspectos a cidade foi refletida como auto-suficiente em termos de indústria e terras agrícolas, diverso da ideia de subúrbio (Andrade, 2003).
A segunda cidade – jardim, Welwyn foi projetada por Louis de Soissons no ano de 1920. Uma das características mais relevantes de Soissons foi o cuidado com a preservação das condições do meio ambiente, onde delineou enormes espaços verdes para entretenimento, sobretudo nas periferias da cidade central, ao longo dos limites dos cinturões agrícolas.

terça-feira, 29 de agosto de 2017

Cidades - Jardins

Hoje começaremos uma revisão sobre as Cidades-Jardins. A cada dia postarei para vocês, textos relacionados ao assunto.

As Cidades - Jardins são parte da Evolução do Pensamento Urbanístico.

Introdução

A definição urbanística das cidades-jardim foi empregada por um urbanista inglês, Ebenezer Howard, no final do século XIX. Este urbanista em 1898 lança o livro Tomorrow, a Peaceful Path to Real Reform, republicado em 1902 com o título Garden Cities of Tomorrow. Tal conceito foi adotado no Brasil pelos arquitetos Raymond Unwin e Barry Parker.
No final do século XIX os países industrializados viviam a época pós-industrial que se destacou pelo alargamento urbano e desenvolvimento da economia e esse processo se assemelha ao do final do século XX nos países que estavam em desenvolvimento. Em relação ao desenvolvimento sustentável, é relevante considerar propostas urbanísticas que buscaram um comedimento entre o incremento econômico e os problemas igualitários unificados ao desenho da paisagem, como os ideais Ebenezer Howard para o movimento das Cidades-Jardins na Inglaterra.
De acordo com Andrade (2003), as viradas dos dois séculos foram acentuadas por diferenças e similaridades que necessitam ser destacadas. Ficam é claro mais evidente as similaridades no então processo de urbanização por conta do intenso crescimento da população nas grandes metrópoles, e por conta de tal crescimento surgiram então dificuldades sociais e ambientais. Os problemas urbanos que se destacaram estão inseridos no nosso contexto bem atual e constante. Dentre eles podemos citar: pobreza falta de moradia, ausência de coleta de lixo e de rede de esgoto, moradias amontoadas (favelas/ comunidades), poluição, falta de espaço para lazer, e por incrível que pareça já naquela época degradação intensa dos recursos naturais e do ambiente urbano.
O aumento populacional do planeta e o amontoado de pessoas vivendo em bairros de periferia dos grandes centros urbanos permitiu que a desigualdade social fosse ainda mais destacada (Andrade, 2003).

Alva (1997), retrata a grande expansão urbana culpada por deseconomias e inversão das externalidades que se fazem negativas. Tais destacam-se claramente na degradação da natureza e do meio urbano, como a contaminação das águas, uso irrestritos de combustíveis e também pela produção de resíduos nas indústrias.

terça-feira, 15 de agosto de 2017

Dicas

O livro Panorama da Biodiversidade nas Cidades combina ciência e políticas em uma avaliação global das conexões entre a urbanização, a biodiversidade e os serviços ecossistêmicos. Ela apresenta boas práticas e traz orientações fundamentais sobre a conservação e o uso sustentável da biodiversidade.

A principal mensagem é que as áreas urbanas devem proporcionar maior cuidado aos ecossistemas de que dependem, inclusive pela geração de diversos serviços ecossistêmicos com iniciativas de projeto e restauração e a redução de seus impactos ambientais, com maior eficiência no uso de materiais e energia e o uso produtivo dos resíduos.

Acesse para download grátis no site do Eco D :
http://www.ecodesenvolvimento.org/biblioteca/livros/panorama-da-biodiversidade-nas-cidades

Fonte: http://www.ecodesenvolvimento.org/biblioteca/livros/panorama-da-biodiversidade-nas-cidades#ixzz4ps42fvwJ


quinta-feira, 27 de julho de 2017

Sobre o Zika Vírus


Em novembro de 2015 surgiu oficialmente no Brasil o Zika vírus, decretado pelo Ministério da Saúde, como emergência nacional. Lembro-me de alguns médicos sugerindo que casais que estivessem fazendo planos de engravidar tentassem adiar, para não pôr em risco a saúde de um futuro bebê. Já outras mães, começaram a descobrir que seus filhos nasceriam com a doença e teriam que enfrentar a batalha da microcefalia.
A microcefalia é uma condição neurológica rara em que a cabeça e o cérebro da criança ao se comparar com o de outras da mesma idade e sexo, são significamente menores. Uma das causas da microcefalia foi confirmada pelo Ministério da Saúde e está relacionada com o Zika vírus, que é uma infecção causada pelo vírus ZIKV, transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, que também transmite a dengue e a febre Chikungunya.            
O contágio principal acontece pela picada do mosquito, que uma vez estando com o sangue de alguém contaminado pode facilmente transmitir a doença para a população.
Várias teorias de como é transmitido têm sido estudadas, meios de transmissão como saliva, leite materno e urina ainda não tirem confirmação nas pesquisas, mas a verdade é que os casos continuam e muitas pessoas “relaxaram”, engravidaram e como não escutam falar constantemente acreditam que não correm mais o risco de ter um bebê com microcefalia. É necessário que hajam diálogos com os médicos sobre a possibilidade medidas preventivas quando se pretende ter filhos, adotando medidas pré e pós-concepção e principalmente quando um dos indivíduos tem ou teve o diagnóstico da Zika.
            No início dos casos foi dado todo suporte às mães, mas agora segundo algumas reportagens sempre ouço mães reclamando que falta terapia multidisciplinar adequada e que por isso muitas crianças estão indo à óbito por conta de infecções respiratórias.
            Será que houve um esquecimento da realidade dessas famílias? Por que apesar de a doença não ter sido erradicada, comportamo-nos como se nada tivesse ocorrido?
            Diariamente eram noticiados cuidados para ter durante a gravidez, mas e depois? Como fazer quando não se tem muitos recursos financeiros e precisa fazer os tratamentos? Muitas famílias não dispõem em suas cidades desses tratamentos necessários para seus filhos e precisam se deslocar para as capitais, passando por inúmeras dificuldades de todos os tipos em busca de dar uma melhor condição à essas crianças.

            Ainda há o perigo sim e este é iminente. Ainda deve-se ter todas as precauções e repensar e pensar numa gravidez, para que esta seja a mais cuidadosa possível evitando a microcefalia. Espero que as pesquisas que estão sendo desenvolvidas recebam incentivos e sejam divulgadas. Espero mais empenho com os cuidados às crianças que nasceram com microcefalia... espero mais informação, atenção... divulgação. Não pode ser esquecido!!